segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Privatização como combate à pobreza

Apesar de a privatização ser vista com desconfiança por uma boa parte da população, acredite: ela pode ajudar no combate à pobreza. Só depende da forma como é feita. O governo quando vai privatizar uma empresa estatal a vende para um grupo de empresários que, muitas vezes, podem continuar detendo o monopólio mesmo depois de privatizada. Esse é o caso da Celpe em Pernambuco: quando foi privatizada para o grupo espanhol Hiberdrola continuou com o monopólio de energia elétrica doméstica no estado.

Quando uma empresa estatal detém o monopólio e privilégios, como é comum, os mais atingidos são os pobres, que tem que pagar altas contas, devido à falta de concorrência. A fórmula é: quanto mais empresas concorrendo um único produto ou serviço, mais barato ele será. Assim sendo, se existissem mais empresas de energia em Pernambuco, com certeza pagaríamos uma conta bem mais barata.

Outro ponto negativo é vender uma empresa que foi construída com o dinheiro do povo. O correto seria o governo distribuir ações (partes da empresa) para o povo, já que todos pagaram impostos e ajudaram a montar o patrimônio da empresa. Entretanto, há outras soluções que não são tão justas quanto as primeiras, mas pragmaticamente viáveis: distribuir ações para os trabalhadores, que ajudaram a construir a empresa com seu trabalho de anos, ou para os pobres, para poderem ter uma fonte de renda.

É normal ouvirmos, principalmente de políticos e nacionalistas, que não devemos vender empresas estatais, pois, além de serem estratégicas para nossa soberania, elas constituem patrimônio do povo brasileiro. Isso é falso. A soberania que eles falam é o perigo do governo de perder poder perante o povo se empresas forem privatizadas. Eles não estão se importando com a segurança da população, e sim com a garantia que vão dominar setores estratégicos e, com isso, controlar os cidadãos.

O povo brasileiro não ganha nada com esse tal de “patrimônio público”, só contas altas, com impostos e também tendo que pagar serviços de baixa qualidade com preços nas alturas. Resumindo: os que têm medo de privatizações são dois tipos de pessoas: os que estão sendo enganados por uma falsa propaganda nacionalista (de cunho fascista/marxista) e os que querem que o governo mande nas nossas vidas, privando a população mais pobre de serviços melhores e uma fonte de renda maior.